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Para sempre Niemeyer

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07 de dezembro, 2012

Entre lágrimas de pesar e palmas de admiração, brasilienses anônimos foram às ruas para se despedir do homem que projetou os monumentos da cidade. Mas além do carinho do povo, Oscar Niemeyer recebeu honras de chefe de Estado. O corpo do arquiteto chegou a Brasília em um avião da Presidência da República às 14h20. O caixão desfilou a céu aberto em um carro do Corpo de Bombeiros do aeroporto até o Palácio do Planalto, onde era esperado pela presidente Dilma Rousseff. O velório teve soldados da Guarda Presidencial perfilados na rampa do edifício, caixão coberto com a bandeira do Brasil e contou com uma gigantesca fila de cidadãos aglomerados na Praça dos Três Poderes para dizer adeus. Ao todo, 3,8 mil pessoas participaram da despedida, uma prova inequívoca de que, mais do que uma autoridade nacional, Niemeyer foi um soberano para os brasileiros.O artista é o terceiro a ser velado no Planalto. Essa distinção só é conferida a autoridades do primeiro escalão. Desde a inauguração, o Palácio abrigou apenas o corpo do presidente Tancredo Neves, em 1985, e do vice-presidente José Alencar, no ano passado. A realização do velório no local foi um pedido de Dilma, que ligou para a família de Niemeyer logo após a morte do arquiteto. Ontem, quando o corpo chegou ao Planalto, a presidente ficou ao lado da viúva, Vera Lúcia Niemeyer, na ponta da rampa. Ela se emocionou quando os oito cadetes da Polícia Militar que seguravam o caixão entraram no Salão Nobre do Planalto. Dilma foi a primeira a cumprimentar os familiares de Oscar, seguida por uma longa fila de autoridades, entre ministros, governadores e prefeitos.O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, estava na Base Aérea quando o avião trazendo o corpo do arquiteto desembarcou na capital federal. No local, militares da Aeronáutica prestaram honras fúnebres. Setenta soldados do 6º Comando Aéreo Regional, em três salvas de tiros, dispararam 21 balas. "Mesmo com esse aperto no coração, nós temos que agradecer. Brasília tem uma identidade muito forte com Niemeyer. É uma honra para o povo da cidade saber que esse gênio da arquitetura tem aqui o maior número de obras concentradas", disse o governador, que da Base Aérea seguiu direto para o Planalto. "A melhor forma de homenageá-lo é preservar esse patrimônio e, sobretudo, dar qualidade de vida aos nossos cidadãos. Afinal, ele sempre se preocupou com os trabalhadores e com o povo", acrescentou Agnelo Queiroz.O petista salientou que é impossível pensar em Brasília sem se lembrar do nome de Niemeyer. "Se alguém quiser conhecer o Niemeyer, sua arte, seu traçado, pode conhecer uma cidade inteira e não um só monumento. A cidade toda é o traço, a concepção, a leveza e a beleza da arte dele", justificou Agnelo. Ele adiantou que o governo vai organizar uma grande homenagem para o arquiteto no próximo dia 15, na Torre de Tevê Digital — o último monumento de Oscar inaugurado no Distrito Federal. O GDF também decretou luto oficial por sete dias em memória do arquiteto.Sessão interrompidaO vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e do Senado, José Sarney, também prestaram suas homenagens. Presidente do Supremo e relator do mensalão, Joaquim Barbosa interrompeu o julgamento ontem à tarde para comparecer ao velório. "Eu vou ter que comparecer ao Palácio do Planalto para as exéquias do nosso grande arquiteto Oscar Niemeyer", justificou Barbosa, ao se ausentar do plenário da Corte.Para o presidente do Senado, José Sarney, o arquiteto foi o maior artista brasileiro de todos os tempos. Sarney, que entre 1985 e 1990 despachou do gabinete presidencial do Palácio do Planalto, falou sobre a eternidade de suas obras, e como elas inserem o nome do Brasil na história internacional. "Ele não foi só arquiteto, mas, sobretudo, um grande escultor. Deixa na história da arquitetura mundial um legado que não existia até então: os grande espaços que ele criou pela sua imaginação, pelo seu desenho, pelo seu culto à beleza", exaltou. "Em todos os lugares do mundo em que a gente chega, ele deixou marcas. Vai ficar na identidade do Brasil por séculos e séculos porque a arquitetura tem isso, é uma arte que perdura, que fica para a eternidade", destacou.Coroas de flores começaram a chegar ao Palácio do Planalto ainda pela manhã, enviadas por autoridades, anônimos e por representantes de diversas instituições. Uma delas era assinada pela ex-primeira-dama Marisa Letícia e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Havia também coroas da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília; da Embaixada da Bolívia; da Fundação Darcy Ribeiro; do Governo de Minas Gerais; da família Graciliano Ramos; da Fundação Athos Bulcão e da família Israel Pinheiro. Depois de três horas e meia de velório, o corpo deixou o Palácio do Planalto às 19h40, e seguiu levado para a Base Aérea rumo ao Rio de Janeiro. O caixão chegou às 22h40 ao Palácio do Governo, na Zona Sul. O velório será aberto ao público a partir das 8h. O sepultamento está marcado para as 17h30 no Cemitério São João Batista, em Botafogo.Fonte: Correio Braziliense – 07/12/2012 

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