A falácia do ‘Estado Mínimo’: governo Trump recontrata funcionários após demiti-los
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30 de setembro, 2025
Demissões realizadas pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Elon Musk, prejudicaram o funcionamento de uma das principais agências do governo estadunidense
Centenas de funcionários federais que foram demitidos sob a ofensiva de redução de custos do governo Trump estão sendo solicitados a retornar ao trabalho. A Administração de Serviços Gerais (GSA), agência responsável pela gestão de espaços e aquisições governamentais, concedeu aos ex-funcionários um prazo para aceitar a reintegração, com a data de retorno marcada para 6 de outubro.
A decisão de recontratar esses profissionais, que administravam espaços de trabalho do governo, surge após um período de sete meses de “férias remuneradas” forçadas. Durante esse tempo, a GSA acumulou altos custos, repassados aos contribuintes, para manter dezenas de imóveis cujos contratos de locação estavam prestes a expirar.
Chad Becker, ex-funcionário imobiliário da GSA e hoje representante de proprietários com contratos governamentais, disse que “o resultado foi que a agência ficou falida e com falta de pessoal”, em entrevista à Associated Press. Segundo ele, a GSA não possuía mais as pessoas necessárias para executar suas funções básicas, evidenciando o fracasso da estratégia inicial de cortes.
A Administração de Serviços Gerais, criada na década de 1940 para centralizar a aquisição e gestão de milhares de postos de trabalho federais, não é a única agência a reverter as demissões. O movimento de recontratação se estende a diversas outras agências que foram alvo do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), comandado durante boa parte de sua existência pelo então aliado de Trump, o bilionário Elon Musk.
A Receita Federal (IRS) e o Departamento do Trabalho já anunciaram a permissão para que alguns funcionários que aceitaram ofertas de demissão permaneçam em seus cargos, enquanto o Serviço Nacional de Parques também reintegrou vários de seus funcionários.
Dados dos cidadãos em risco
As práticas do Doge em três agências federais teriam violado “requisitos estatutários, criando riscos sem precedentes de privacidade e segurança cibernética”, segundo um relatório que os democratas do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado publicaram nesta quinta-feira (25).
O documento conclui que o departamento criado por Elon Musk está “operando fora da lei federal, com acesso irrestrito aos dados pessoais dos americanos” em sua atuação no GSA , no Escritório de Gestão de Pessoal (OPM) e na Administração da Seguridade Social (SSA).
Na SSA, uma avaliação interna de risco realizada em junho constatou que a chance de uma violação de dados com “efeito adverso catastrófico” era entre 35% e 65% após o DOGE ter carregado um arquivo de banco de dados de computador conhecido como Numident, com informações pessoais sensíveis sem proteções adicionais contra acesso não autorizado.
“O DOGE não está tornando o governo mais eficiente — está colocando informações confidenciais dos americanos nas mãos de indivíduos completamente desqualificados e indignos de confiança”, disse o senador de Michigan, Gary Peters, integrante do comitê, em um comunicado à imprensa.
Fonte: Revista Fórum