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Lições de Poder (Frases de Getúlio Vargas)

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23 de dezembro, 2002

Lições de poder de Getúlio para LulaColuna de Sebastião Ney1 – Getúlio tinha oito anos. O pai quer saber o que ele já estava pensando da vida:- O que é que você quer ser quando crescer?- Militar.- Por que militar? Meu filho, você sabe que o militar está sempre exposto a ser morto pelo inimigo?- Então, eu quero ser o inimigo.2 – Amaral Peixoto e Flores da Cunha conversavam com Getúlio. Flores, interventor do Rio Grande, não sabia o que fazer para enfrentar a crise política lá.- Volte, pare, pense o que seus adversários gostariam que você fizesse e faça exatamente o contrário.3 – Alzira era secretária do pai. Getúlio descansava, ela lembrou:- Pai, tu tens que ir hoje a uma solenidade.- Por que tu tens, minha filha? Não tenho nada. Eu vou se quiser. Eu sou o presidente.4 – Osvaldo Aranha foi visitar Getúlio. Alzirinha mostrou-lhe a cadeira do pai vazia:- Sente-se, doutor Osvaldo.- Não, Alzira – disse Getúlio, lá do fundo. – Nesta cadeira, não. Ela é minha. O Osvaldo pode tomar gosto. Com o poder não se brinca.Osvaldo sentou-se em outra cadeira. Getúlio ficou mais dez anos no poder.Pila, Dutra, Capanema5 – Raul Pila tentava convencer Getúlio das vantagens do parlamentarismo.- Pila, mas a força do presidente é muito menor.- É o contrário. No sistema parlamentar, o presidente pode legalmente dissolver o Congresso.- Por que não me disseste isso antes de 37?6 – Dutra foi visitar Getúlio em 51. Getúlio falava sobre seu “ministério de experiência”.- “Voxê” depois de “quinje” anos ainda “prexija” de “minixtério de experiência”?- É que não tenho muita prática desse negócio de Constituição.7 – Agamenon Magalhães, José Américo e Gustavo Capanema conversavam com Getúlio em plena crise de 54. Capanema pergunta:- O senhor confia nos seus generais?- Decerto.- Mas, se deflagrada a luta, eles passarem para o outro lado?- Ora essa. Eu também passo.Os generais8 – Eleito presidente em 50, refugiou-se em São Borja. Mandou chamar Samuel Wainer:- “Profeta” (chamava Samuel de “profeta”), pega estes discursos de campanha, mescla isso aí com meu pensamento e depois traz-me para eu ver.Samuel trabalhou uma noite inteira alinhavando a entrevista. De manhã, entregou. Entre o chimarrão e o charuto, Getúlio leu, releu, gostou:- Está perfeito. Só quero uma alteração. Onde está “Confio nas Forças Armadas do meu País”, tu pões “Confio nas gloriosas Forças Armadas do meu País.”9 – Em 45, um dos militares mais ativos na conspiração contra Getúlio foi o general Newton Cavalcanti. Em 50, Vargas vence as eleições e o general Newton, chefe da Casa Militar de Dutra, vai lá acertar a posse.Entra o general Newton, ele nem abre os olhos sonolentos:- Veio me prender, general?Punhal, baiano, alfândega10 – Padre Olímpio de Melo, duas vezes prefeito da cidade (nomeado e eleito), estava no Catete, conversando com Getúlio, foi tirar o lenço do bolso fundo da batina, caiu no chão um pequeno punhal de prata. Ficou encabulado, Getúlio sorriu:- Reverendo, seu rosário caiu.11 – Em 37, nomeou o general Daltro Filho, baiano, interventor do Rio Grande do Sul. Flores da Cunha ficou indignado, veio ao Rio:- Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado.- Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?12 – Nomeou um amigo para a alfândega e avisou:- Quando quiserem corromper você, me avise.Meses depois, recebe uma carta:- Presidente, por favor me demita urgente. Os homens estão chegando no meu preço.Bilac, Falcão, João Neves13 – Armando Pacheco escreveu “Getúlio me disse”, depoimentos em Itu, depois de 45, e no Catete, em 54:- Presidente, o que é que o senhor acha do Bilac Pinto?- Como Bilac, é pinto.- E do Armando Falcão?- É um falcão rasteiro querendo voar alto.14 – Numa homenagem oficial, João Neves da Fontoura fez um discurso longo, laudatório, ditirâmbico, saudando Getúlio. Osvaldo Orico, deputado e acadêmico, foi lá depois:- O que é que o senhor achou, presidente, do discurso do João Neves?- O Neves é um chuveiro de lugares-comuns.

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