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CORREIO BRAZILIENSE: IMPROVISO NA CÂMARA DOS R$ 106 MILHÕES

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03 de agosto, 2010

 
O primeiro dia de trabalho na nova sede da Câmara Legislativa foi marcado por obras inacabadas, pela correria para terminar a mudança e pela baixa presença de parlamentares. Apesar de parte dos setores burocráticos da Casa funcionarem normalmente e de a população ter livre acesso às dependências do prédio, ainda há muito por fazer. Os gabinetes não contam com linha telefônica, caixas de papelão ocupam os corredores e as cadeiras plastificadas estão empilhadas no hall de entrada. Após 10 anos de espera e um gasto de R$ 106 milhões — 2,5 vezes a previsão inicial —, os 24 deputados puderam, pela primeira vez, usufruir do milionário prédio localizado ao lado do Eixo Monumental.
 
Puderam, mas não usufruíram. No primeiro dia de batente após o recesso parlamentar, apenas três distritais estiveram na Casa — Érika Kokay (PT), Benedito Domingos (PP) e o presidente, Wilson Lima (PR). A maioria deixou para marcar presença hoje, quando ocorrerá a primeira sessão plenária(1) do segundo semestre de 2010. O dia de ontem pode ter sido uma prévia dos próximos seis meses na Câmara, quando as sessões plenárias serão restritas às terças-feiras devido ao período de campanha eleitoral. Na prática, como se viu ontem, os deputados ganharão R$ 12,4 mil por mês por apenas quatro dias de trabalho, uma gorda “diária” de R$ 3,1 mil.
 
O edifício-sede da Câmara Legislativa conta com uma área construída de aproximadamente 50 mil metros quadrados e custou mais de duas vezes a previsão inicial de R$ 42 milhões. Ainda assim, a gráfica do órgão ficou fora do planejamento inicial. Para resolver o problema, parte das 905 vagas do estacionamento coberto serão cedidas para as máquinas. Enquanto a obra não fica pronta, o parque gráfico continua na antiga sede da Câmara Legislativa, localizada no fim da Asa Norte, com o Fundo de Assistência à Saúde (Fascal) do órgão.
 
Mudanças no projeto de construção da Câmara são vistas com facilidade na nova sede. Parte das pedras que compõem o piso da parte externa do prédio estão sendo quebradas para dar mais espaço à calçada que passa ao lado. A madeira do palco do auditório estava verde e também precisou ser arrancada.
 
Improviso
Ao contrário dos parlamentares, assessores e funcionários passaram o dia de ontem nas dependências da Câmara, concluindo a mudança. Funcionários da limpeza tentavam se livrar da lama acumulada ao longo dos últimos meses e a empresa contratada para realizar a mudança transportava alguns móveis. Na parte da tarde, o sistema de som do plenário foi testado e o brasão da Câmara Legislativa, preso no carpete.
 
A tribuna dos deputados ainda é improvisada. As dependências da Câmara estão abertas à visitação, mas ainda não há sistema de segurança, como detectores de metal e controle de entrada e saída de pessoas. A entrada principal dos visitantes, voltada para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), ainda está sendo utilizada para o transporte da mudança. Quem quiser visitar os setores da Câmara deverá entrar pela porta dos funcionários.
 
Nos primeiros dias de trabalho da inacabada Câmara, vale até improviso. Os gabinetes sorteados foram identificados com folhas de papel A4. Em alguns casos, como o gabinete do deputado Cabo Patrício (PT), o nome do parlamentar está escrito à mão. Os assessores dos deputados distritais foram orientados a não instalar bebedouros nos cubículos de 95 metros quadrados para não molhar — e estragar — o chão. E também estão impedidos de pendurar quadros nas paredes. O quadro com o rosto do candidato à reeleição na Câmara Benedito Domingos estava apoiado no chão, ao lado da moldura do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em seu gabinete. O mesmo foi visto no gabinete do presidente do Legislativo do DF, Wilson Lima. Insatisfeita com a situação, uma assessora da deputada Jaqueline Roriz (PMN) aproveitou a estrutura vazia do extintor de incêndio para pendurar o quadro com o rosto da candidata.
 
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE – 03/08/2010
 

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