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Valor Econômico: para conter divisão interna, CUT busca diferenciar-se das demais centrais

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16 de junho, 2011

 Os ânimos estão acirrados no movimento sindical. Na noite de terça-feira, Artur Henrique, presidente da maior central sindical do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), assinou texto no site da entidade em que busca diferenciar a CUT das demais centrais por meio da defesa da extinção do imposto sindical. Por trás do texto, no entanto, o Valor apurou que além da tentativa de contrabalançar, sozinha, o crescente peso das demais entidades, capitaneadas pela Força Sindical, há também uma motivação interna – a CUT está dividida em dois grupos na disputa pela presidência, que mudará de mãos no início de 2012.Dois episódios foram cruciais para gerar um desconforto dentro da CUT – a campanha pela eleição de Dilma Rousseff (PT), no ano passado, e a negociação com o governo, em fevereiro, pelo valor do salário mínimo de 2011. A avaliação de setores importantes da CUT é que nestes dois momentos a atuação de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força e deputado federal pelo PDT, galvanizou a atenção da mídia. A partir de março, a CUT fez circular que iniciaria campanha pela extinção do imposto sindical – que sustenta as seis centrais aptas a receber o dinheiro, repartido pelo governo.O desconforto com a dupla atuação de Paulinho, que também lidera a bancada do PDT na Câmara, antecipou a disputa interna pela hegemonia. Dois dos três principais grupos da CUT – dos metalúrgicos do ABC paulista e dos bancários – estão fechados entorno de Vagner Freitas, que fora presidente do sindicato nacional dos bancários. O outro, que representa o funcionalismo público (como o sindicato dos professores de São Paulo, famoso pelas greves dos últimos anos), permanece neutro.Enquanto Freitas e Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, participam de negociação direta com a Força e os empresários da Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo (Fiesp) que almeja influenciar na política industrial do governo, Henrique busca atingir o grupo mais à esquerda, para quem o imposto sindical serve para o Estado cooptar os sindicatos. Procurados pela reportagem, Henrique e Freitas não retornaram as ligações."Eles [a CUT] estão embaraçados, não sabem se são governo ou se são uma central sindical. Vieram [por meio do texto divulgado no site] defender que lugar de central é na rua, mas todos sabem que temos de influir no Congresso", diz Paulinho, que ao Valor defendeu, no entanto, que não "buscará o conflito".Segundo Adi dos Santos, presidente da CUT-SP, casos políticos, como a crise que envolveu o ex-ministro Antônio Palocci, evidenciam as diferenças entre as centrais. "O Paulinho divulgou nota pedindo o afastamento [de Palocci], e ele, como parlamentar, tem esse direito. Mas como Paulinho também é presidente da Força, as coisas sempre se confundem", diz Santos. Segundo ele, não é papel de uma central opinar nos ministérios. "Ninguém nos perguntou sobre a indicação de Palocci, então não podemos opinar sobre sua saída". Santos negou que haja disputa interna. "Somos a maior central do país, a quinta maior do mundo, não temos porque ficar apostando na divisão interna", avalia.Fonte: Valor Econômico – 16/06/2011

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