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VALOR ECONÔMICO: CENTRAIS SINDICAIS VÃO COBRAR DE DILMA MÍNIMO DE R$ 580

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12 de janeiro, 2011

O apoio oferecido por cinco das seis centrais sindicais à presidente Dilma Rousseff durante as eleições se converterá, agora, em pressão para que a eleita aumente o salário mínimo acima dos R$ 540 propostos pelo Executivo. CGTB, CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e UGT – esta última se declarou neutra durante a eleição – realizarão nos próximos dias uma série de mobilizações em favor do aumento do mínimo para R$ 580.
Depois de reunião realizada na manhã de ontem, os sindicalistas enviaram uma solicitação de audiência urgente à presidente. Pretendem que a discussão se dê entre a classe e Dilma, excluindo os congressistas da negociação. “Quando a oposição apresentou uma proposta para aumentar o mínimo para R$ 600, as centrais sindicais que apoiaram Dilma se posicionaram contra a demagogia. No mesmo período, a nossa presidente assegurou que concederia aumento real para o mínimo este ano. Vamos mobilizar os movimentos sociais e botar o povo na rua”, avalia o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto.
Segundo Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), as ações dos sindicalistas serão adequadas às reações do governo: “As manifestações serão canceladas se o governo ceder”. Estamos unidos e vamos exercitar esse formato de mobilização, que tem sido um sucesso”. Já estão agendadas para este mês manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, dia 18, e em 24 de janeiro, Dia dos Aposentados, em várias capitais pelo país.
Neto diz que os sindicalistas ainda não estão certos sobre qual será seu canal de interlocução com a presidente: “Teoricamente, seria via Secretaria-Geral, com Gilberto Carvalho, ou com o ministro [do Trabalho, Carlos] Lupi. Mas em todas as conversas que tivemos com [o ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva], nos últimos anos, Dilma estava presente. Então ela está ciente das nossas reivindicações”, diz Neto.
Para alcançar o objetivo, as centrais trabalham em duas frentes. Por um lado, tentam abrir um espaço de negociação com o governo federal. Por outro, prometem lutar no Congresso Nacional para aprovar a emenda parlamentar do presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, que eleva o mínimo para R$ 580. A proposta feita por Dilma no discurso de posse de erradicar a pobreza só será conquistada, argumentou o vice-presidente da Força, Miguel Torres, com a continuidade de valorização do mínimo.
O modelo atual de cálculo de reajuste do salário mínimo garante a correção anual pela inflação e tem também como base o percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior ao envio da proposta orçamentária ao Congresso, que nesse caso seria o de 2009. As centrais sindicais, no entanto, reivindicam uma correção diferenciada para 2011, pois em 2009, por causa dos efeitos da crise financeira mundial, o crescimento do PIB foi praticamente nulo.
Na audiência com Dilma, os sindicalistas também vão solicitar que 80% do reajuste concedido ao mínimo sejam repassados para os aposentados que ganham acima do piso, além da correção da tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação de 2010, que foi de 6,47%.
FONTE: VALOR ECONÔMICO – 12/01/2011