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Universidades divergem sobre residência obrigatória

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02 de agosto, 2013

No meio acadêmico, a decisão do governo de tornar obrigatória a residência no SUS dividiu opiniões. O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), José Carlos Trugilho, que já havia feito duras críticas ao programa Mais Médicos original, também condenou as mudanças anunciadas pelo MEC e pelo Ministério da Saúde. Para ele, tornar a residência obrigatória no SUS fere o direito de escolha do aluno.

– A proposta de ampliar o acesso à residência é boa, porque sabemos que há uma carência de vagas. Mas torná-la obrigatória não significa necessariamente um progresso. Até porque grande parte das residências existentes já está atrelada ao SUS. Além disso, conforme tenho acompanhado, os alunos saem da graduação capacitados para a atuação na atenção básica, ao passo que aqueles que buscam uma especialidade já são praticamente obrigados a buscar a residência – comparou o diretor da UFF.

Trugilho reforça as críticas dizendo que decisões como essas precisam ser amplamente discutidas com entidades ligadas à categoria, o que não vem sendo feito. Por isso, ele prevê que o projeto ainda vai enfrentar muitas resistências em diversas instâncias.

– A forma como o governo quer aplicar essa política ainda está muito obscura. Será que teremos garantias de que os residentes contarão com a infraestrutura e a assistência necessárias? Não vejo possibilidade de que isso seja implantado sem uma discussão profunda sobre as implicações e a operacionalidade. E, ao que parece, o governo não está muito preocupado com isso – disse ele.

Já o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Francisco José Penna, elogiou a proposta. Ele também não concordava com a ampliação da duração da graduação, mas acha que a residência obrigatória beneficiará alunos e o próprio SUS.

– Acho muito interessante por ser uma iniciativa que reforça a atenção primária, onde se resolvem até 80% da demanda médica no país. Além disso, garantir que todo mundo possa fazer residência é um avanço, já que quase todos os alunos que deixam a graduação querem se especializar. É uma maneira de termos médicos mais capacitados no Brasil – opinou Penna, reforçando que o importante agora é acompanhar os passos do governo, para que as metas e a qualidade do programa sejam garantidas.

Em nota oficial, a Congregação da Faculdade de Medicina da UFRJ se diz "contrária ao encaminhamento das questões de ensino e saúde sem consulta prévia às universidades e à sociedade em geral". Entre as proposições da UFRJ está a ampliação das vagas para residência médica e multiprofissional, priorizando a formação em atenção primária e de especialistas necessários ao bom funcionamento do sistema de Saúde.

Para a faculdade, também é preciso criar diretrizes, estratégias e meios para regulamentação e fortalecimento da relação das universidades com o SUS nos distintos níveis de atenção, visando à formação de pessoal da área de Saúde. Além disso, a instituição prega a criação de um plano de cargos, carreira e vencimentos, e admissão mediante concurso público, para todos os profissionais de Saúde do SUS, com estímulo para a fixação nos locais de maior vulnerabilidade social e isolamento geográfico.

Fonte: O Globo – 02/08/2013

 

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