O Estado de S. Paulo: Governo adia reunião com docentes e institutos federais entram em greve
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19 de junho, 2012
Após um mês da greve dos professores das universidades federais, o encontro do governo com os sindicalistas, que aconteceria hoje, foi cancelado. Sem negociação, o movimento cresce: 30 mil funcionários dos institutos federais também pararamEnquanto o governo cancela a reunião de negociação com os representantes sindicais dos docentes das universidades federais, prevista para hoje, o movimento grevista vai ganhando mais adeptos. Mais de um mês após o início da greve, além das 49 universidades com as atividades paralisadas, os institutos federais, que eram minoria entre as instituições grevistas, também aderiram em massa ao movimento.Metade dos 40 institutos federais espalhados pelo País – responsáveis pela educação básica, profissional e tecnológica – já tem parte ou a totalidade de seus docentes e funcionários parados, segundo o sindicato da categoria, o Sinasefe."Dos 400 câmpus, já temos mais de 80 completamente sem atividade", afirma William Carvalho, um dos dirigentes do Sinasefe.Na pauta de reivindicações estão a revisão do plano de carreira dos professores – que também é a principal reivindicação dos grevistas das universidades – e também melhores condições de trabalho e remuneração aos técnicos administrativos.Para esses últimos, pede-se a instituição de um piso salarial, jornada de 30 horas semanais e o estabelecimento de concurso público para preenchimento das vagas, o que criaria um quadro permanente de funcionários."Como as reivindicações do pessoal administrativo não estão na lista do que será negociado na reunião do governo com os dirigentes, nossa greve não tem previsão de terminar", diz o dirigente sindical.Acordo. Na reunião do governo com os dirigentes sindicais, que aconteceria hoje pela manhã, estava previsto que o Ministério do Planejamento, que toca as negociações, apresentaria o esboço de um novo plano de carreira dos docentes.Na terça-feira passada, após a primeira reunião, o Planejamento havia pedido uma trégua de 20 dias, mas a categoria se recusou a interromper o movimento sem ouvir uma proposta clara.Segundo a assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento, uma nova reunião deve ser agendada para a próxima semana. A pasta afirma que o adiamento aconteceu porque a equipe não teve tempo hábil de formatar todos os detalhes da proposta a ser apresentada.Unifesp. Em São Paulo, a greve dos alunos da Unifesp reflete um dos pontos da pauta: a falta de estrutura dos câmpus.Ontem, cerca de 200 estudantes tomaram duas faixas da Avenida Paulista, em horário de pico de trânsito, num protesto contra a presença da Polícia Militar no câmpus e prisão de colegas em Guarulhos.Na quinta-feira, 22 universitários foram autuados em flagrante por dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha. O alvará de soltura chegou na noite de sexta-feira e os alunos responderão em liberdade."Posso ser expulso por não ter respeitado as regras da universidade. Mas eu acho que a Unifesp também não fez a parte dela", disse Bruno Maciel Athanásio, de 24 anos, aluno do 4.º ano de Ciências Sociais.Ele foi um dos estudantes que foram presos na última semana e estava ontem na marcha que saiu do Masp em direção à Rua da Consolação e voltou ao vão livre do museu, sem que houvesse ocorrência policiais.Ao som de uma bateria improvisada, os estudantes gritavam palavras de ordem e ostentavam faixas. Uma dela dizia: "PT e PSDB + PM = repressão contra educação"."Não é com a PM e a tropa de choque que vamos resolver os problemas. É com o MEC e a reitoria", protestou outro aluno que estava no câmpus de Guarulhos, mas não foi preso. Segundo ele, mesmo reivindicações antigas de melhorias estruturais nunca foram atendidas. "É a quarta greve em cinco anos de câmpus".Fonte: O Estado de S. Paulo – 19/06/2012
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