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Correio Braziliense: médicos têm o salário mantido 

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13 de junho, 2012

A greve geral orquestrada pelo funcionalismo começou a surtir efeito e, pela primeira vez desde o início da negociação, o governo cedeu em alguns itens da pauta de reivindicações. A maior conquista até agora foi a dos médicos dos hospitais federais. Após uma paralisação de 24 horas feita pela categoria ontem, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da Medida Provisória 568, que reajusta o salário de servidores federais, avisou que vai propor uma emenda para corrigir os artigos que tratam da remuneração dos médicos. O objetivo é evitar a redução pela metade no rendimento dos profissionais.Com as mudanças na MP a serem apresentadas amanhã, no Senado, a expectativa é que os médicos desistam de iniciar uma greve por tempo indeterminado. A proposta cria uma tabela específica de salários para a categoria. Braga disse que, se aprovada, a emenda possibilitará a construção de uma nova política de remuneração, assegurando que não haja perdas. "Onde tem vencimento básico e gratificação, passa a ter uma tabela de 40 horas, na qual o vencimento dobra", explicou o senador. "Uma vez que esse compromisso seja cumprido, não haverá mais razão para continuar o movimento grevista", afirmou Cid Carvalhaes, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam).Em Brasília, a paralisação causou transtornos no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Hospital das Forças Armadas (HFA), onde os médicos civis aderiram ao movimento. Nos ambulatórios, as consultas marcadas e o agendamento de novos atendimentos foram adiados. No HUB, os médicos chegaram a colocar faixas em frente ao posto de atendimento para alertar os pacientes sobre o protesto.O militar Luis Henrique, 23 anos, ficou frustrado ao tentar marcar uma consulta com um neurologista no HFA. "Eles disseram que, em razão da greve, não estavam marcando nada. Pegaram meu telefone e prometeram me retornar até quarta-feira com um horário", conta. Já o aposentado Paulo Nogueira, 69, deveria ter sido atendido por um otorrinolaringologista às 16h, mas teve a consulta adiada para o dia 21. "Não tinha médico para atender nos ambulatórios, mas eles garantiram que, se alguém chegar passando mal, a emergência está funcionando", explicou. Cid Carvalhaes assegurou que as emergências de todo o país funcionaram normalmente e que apenas as consultas agendadas foram suspensas.JudiciárioO governo também voltou atrás na proposta de alterar o pagamento de adicionais de periculosidade e de insalubridade. Pelo texto original da MP, esses itens passariam a ser um valor fixo, em vez de um percentual do salário. A mudança causou reclamação generalizada entre os servidores e o senador Eduardo Braga adiantou que irá suprimi-la da MP. "O governo está corrigindo um erro que seria lastimável", comemorou Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).A partir de hoje, será a vez dos servidores do Judiciário em todo o país entrarem em greve por tempo indeterminado. A principal reivindicação é a inclusão de dois projetos de lei que tratam da restruturação de carreiras, com reajuste de 56%, na Lei Orçamentária de 2013. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional, informou que, por enquanto, o governo não indicou que vá atender ao pleito. "É muito cedo para fazer qualquer comentário sobre uma definição cujo prazo é agosto", ponderou Augustin, em referência à data limite para aprovação do orçamento.Fonte: Correio Braziliense – 13/06/2012