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Correio Braziliense: desgaste com greve faz Dilma elevar o tom

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10 de agosto, 2012

A presidente Dilma Rousseff mandou ontem um duro recado às bases sindicais que estão insuflando a greve dos servidores: não é por meio de quebra-quebra e gritos de protesto que as demandas serão atendidas. Para ela, a questão é técnica. Falta espaço no Orçamento da União para acomodar todos os pedidos de reajustes salariais, que chegam a R$ 92,2 bilhões, metade dos gastos anuais com o funcionalismo.Segundo fontes do Planalto, o governo está empenhado em encontrar recursos no Orçamento para algum percentual de aumento aos servidores, com prioridade para as carreiras que ainda registram distorções nos ganhos. Mas nada será decidido até o fim do mês, antes de ser fechado o projeto orçamentário de 2013, que será enviado ao Congresso. A presidente está convicta, porém, que os reajustes para os servidores não estão entre as prioridades neste momento. A meta principal é dar favorecer investimentos produtivos, para estimular a retomada da economia e proteger o emprego privado, que não tem a estabilidade existente no serviço público.Dilma está se apegando a estudos elaborados pelo Ministério do Planejamento mostrando que, desde 2003, o governo concedeu aumento a todo o funcionalismo, sempre acima da inflação. A folha passou de R$ 75 bilhões para quase R$ 200 bilhões. Na média, as carreiras de Estados ganham mais do que os trabalhadores da iniciativa privada com funções semelhantes. "Portanto, não há como falar em defasagens significativas. Pode, sim, haver alguma distorção salarial. Mas nada que justifique o atual movimento grevista", disse um técnico da equipe econômica.Ele ressaltou que, entre as  disparidades, estão os professores de universidades, para os quais foram oferecidos reajustes de até 45%, que custarão R$ 4,2 bilhões por ano aos cofres públicos. Apesar de o governo ter cedido em vários pontos, a maior parte dos docentes recusou a proposta. "Basta fazer uma pesquisa no setor privado e se verá que, praticamente, nenhuma categoria do setor privado teve aumento semelhante. Na média, os ganhos têm sido de 3% ao ano acima da inflação", afirmou o integrante do governo.Tratamento privilegiadoApesar da evidente contrariedade da presidente Dilma com os servidores, que estão prejudicando a população ao deixarem de prestar serviços importantes e tomarem as ruas com protestos violentos, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP), minimizou o movimento grevista, considerando-o "normal". Mas admitiu que, dificilmente, as reivindicações salariais serão totalmente atendidas. "O governo vai apresentar uma proposta, mas nunca é aquela que o funcionalismo quer", argumentou. Parafraseando a famosa afirmação do ex-presidente Lula, o deputado emendou: "Nunca antes na história deste país o funcionalismo foi tão bem tratado como no governo do PT".Segundo o deputado, o Planalto está concentrado na elaboração do Orçamento de 2013 e avalia como contemplar o pleito dos servidores. "Vivemos um momento de crise e essa equação precisa ser benfeita para beneficiar, da melhor forma, todos os setores. Não podemos jogar tudo no funcionalismo, como eles esperam", comentou. Ele negou que a presidente Dilma tenha agido com radicalismo ao editar o decreto que permite o corte de ponto de quem aderir à greve. Pregou, porém, o diálogo. "A greve é algo normal, mas pede bom-senso", assinalou. Para o parlamentar, o problema das greves só será resolvido quando houver reformas no setor público. "Talvez, seja a hora de repensarmos toda a estrutura do Estado, que está esgotada", sugeriu.Técnicos rejeitam correção de 15%Representantes da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) vão se reunir hoje com técnicos do Ministério do Planejamento. A tendência, segundo a coordenadora-geral da entidade, Janine Teixeira, é de os técnicos administrativos dos órgãos de ensino federais, que estão em greve há mais de dois meses, dizerem não à proposta feita pelo governo, de reajuste de 15% dividido em três parcelas anuais. A fatura apresentada pela categoria passa de R$ 10 bilhões, valor inaceitável, segundo técnicos da equipe econômica.Fonte: Correio Braziliense – 10/08/2012

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