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O GLOBO: SE RECEITA CAIR, GOVERNO PODE CORTAR GASTOS, DIZ LULA

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22 de outubro, 2008

SÃO PAULO – Depois de reiteradas afirmações de que o governo federal não diminuirá o ritmo de investimentos no país com a crise financeira internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não quer ” vender ilusão ” e assumiu que poderá haver contingenciamento de recursos nos ministérios.

No dia seguinte à reunião com o ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central e dirigentes da Caixa Econômica Federal, BNDES e Banco do Brasil, Lula mostrou-se otimista, mas não deixou de ponderar que o país pode sofrer reflexos da crise. ” Não posso assumir um compromisso com vocês de que se houver uma crise econômica que abale o Brasil que a gente vai manter todo o dinheiro de todos os ministérios, igual como está… ” , disse o presidente. ” Até porque se a União arrecadar menos, vai ter menos dinheiro para todo mundo ” , discursou ontem, ao participar da cerimônia de comemoração aos 60 anos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em São Paulo.

À platéia de pesquisadores, Lula afirmou que a crise ” pode chegar ao Brasil muito mais leve do que chegou aos países de origem ” . O presidente continua apostando no fortalecimento do mercado interno e disse acreditar que a diversificação da balança comercial brasileira permite ao Brasil ” menos dependência ” em relação aos países ricos. ” Dá uma certa garantia que vamos sofrer menos que os outros países caso haja uma recessão ” .

No discurso, improvisado, Lula analisou que a crise financeira ajudou a resgatar o papel do Estado sobre o mercado financeiro. ” O coração do regime capitalista começa a ter um gostinho pelo papel do Estado, que esteve desmoralizado durante os últimos 30 anos ” . O presidente comparou o papel do Estado à figura da família e agradou à platéia de intelectuais: ” Os nosso filhos quando têm 18 anos não querem mais ficar conosco. Dizem que somos carolas, uma série de coisas. Quando o filho adolescente vai atrás do pai? Quando está sem dinheiro, doente. O mercado que poderia resolver tudo, e nos últimos 30 anos ditou regras, no primeiro fracasso a quem recorre? Ao paizão, que é o Estado. ”

Lula considera correta a ajuda dos governos aos bancos, mas defende que o Estado ajude as instituições financeiras comprando ações delas, e não com o direcionamento de recursos. ” Isso permite que o Estado volte a ter um papel de influência sobre o sistema financeiro internacional, que não tinha nenhum controle ” , completou.

Os comentários sobre a crise ocuparam um terço do discurso de quase meia hora de Lula. Aos pesquisadores, em sua maioria vinculados a universidades e fundações públicas, ele disse que pretende deixar como legado a ” mudança no padrão de relacionamento do governo com a sociedade ” .

Ao lado do ministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente criticou greves de professores e disse que isso prejudica a imagem dos servidores públicos e fortalece a do governador. ” Sempre discordei de greve de professor na área de ensino fundamental. Eu achava que aquela greve de 80 dias, de 90 dias era um desastre. Do ponto de vista político – já que você não estava lidando com produto, mas com ser humano -, o desgaste pior para um governador não é quando você pára ” , discursou. ” O desgaste maior é você dar aula e o aluno levar carta para o pai dizendo ? que estou trabalhando muito e não estou ganhando o suficiente ? . Na hora em que pára, o governador ganha a parada. ”

Lula, entretanto, não fez menção à greve de policiais civis em São Paulo, que terminou em confronto com a Polícia Militar. Sobre as greves, disse: ” Isso eu discutia muito quando era presidente do sindicato, agora não me cabe decidir, cabe apenas tratar como elas são. ”

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