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O GLOBO: DEPUTADOS FALTARAM A UMA EM CADA 5 SESSÕES

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14 de janeiro, 2011

BRASÍLIA. Os deputados da atual legislatura, iniciada em 2007, faltaram, em média, a uma em cada cinco sessões deliberativas (com votações) na Câmara. O balanço da frequência em quatro anos revela que a bancada dos gazeteiros é a maior e mais apartidária da Casa. A deputada Nice Lobão (PMDB-MA), mulher do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), lidera o ranking dos que não apareceram para as atividades no plenário, tendo comparecido a menos da metade das reuniões. Foram 422 no período, mas ela só foi a 182. Atrás dela, figuram os deputados Vadão Gomes (PP-SP), com 199 faltas; Ciro Gomes (PSB-CE), com 188; Marina Maggessi (PPS-RJ), com 180; Marcos Antônio (PRB-PE), com 175; e Miguel Martini (PHS-MG), com 169. Os dados constam do site da Câmara e foram consolidados pelo GLOBO, que considerou todos os parlamentares que exerceram mandatos por pelo menos 400 dos 422 dias com sessões deliberativas. A lista dos 20 mais faltosos inclui expoentes do governo e da oposição, como o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), com 154 faltas; o ex-líder do PSDB e atual secretário de Energia do governo de São Paulo, José Aníbal (PSDB), com 147; o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), com 140; e o ex-governador Paulo Maluf (PP-SP), com 137. A bancada do Rio, em média, faltou a 16% dos compromissos no plenário da Câmara. Marina Maggessi está no topo dos deputados fluminenses faltosos, seguida de Bernardo Ariston (PMDB), com 128 faltas; do presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (DEM), com 127; e do candidato derrotado à Vice-Presidência, Indio da Costa (DEM), com 117. – Eu me concentrei naquilo que havia prometido na campanha: alguns projetos, a CPI dos Cartões Corporativos e a (proposta da) Ficha Limpa. São trabalhos que exigem dedicação, mas fora do plenário – argumenta Indio. Pelas normas da Câmara, quem falta a uma sessão de votação tem desconto no salário. Mas a maioria dos deputados se livra do corte apresentando justificativas. O procedimento é meramente protocolar. Não há fiscalização sobre a veracidade das informações, mesmo nos casos mais gritantes. Só 14% das ausências da legislatura, que termina este mês, foram justificadas. Há casos, como o do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), que faltou a 106 reuniões sem dar satisfação. Jader Barbalho (PMDB-PA) fez o mesmo 45 vezes, Sarney Filho (PV-MA), 42, e Ciro, 41. Presidentes de siglas, como Rodrigo Maia, não precisam apresentar justificativa. – A gente acaba se dividindo entre o partido e o plenário. Na outra legislatura, estive em mais sessões, mas acho que isso (as faltas) não prejudicou minha atuação. A presidência te dá um poder maior de articulação, de influenciar as decisões – afirma Rodrigo. Nice Lobão informou que problemas de saúde em 2009 e 2010 a afastaram do trabalho. Mas em 2008 ela não esteve em 64% das sessões. Marina Maggessi também alegou tratamento de doenças. Além disso, justificou que seu trabalho nas comissões a afastou do plenário. Bernardo Ariston disse que, ao longo do mandato, também teve de fazer tratamentos de saúde e intervenção cirúrgica.
FONTE: O GLOBO – 14/01/2011