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Frente parlamentar propõe incluir atuais servidores na reforma administrativa

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09 de outubro, 2020

Proposta enviada pelo governo vale apenas para futuros servidores. Tramitação ainda aguarda retomada dos trabalhos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

A Frente Parlamentar Mista da Reforma Administrativa no Congresso Nacional lançou nesta quinta-feira (8) uma agenda prioritária em que defende a inclusão dos atuais servidores públicos e dos chamados “membros de poderes”, como magistrados e parlamentares, na reforma administrativa.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participaram do evento. Foi o primeiro encontro público dos dois desde o jantar de “reconciliação” na última segunda (5), em que ambos pediram desculpas mútuas por atritos recentes.

A proposta do governo enviada em setembro ao Congresso não atinge os atuais servidores nem quem vier a ser admitido no serviço público antes da promulgação das regras. A PEC também não mexe na estabilidade ou nos vencimentos desses funcionários públicos.

O texto prevê novas regras apenas para futuros servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, estados e municípios.

O presidente da Câmara disse concordar com o texto original do governo. Ele defendeu que a proposta trate apenas dos futuros servidores e não atinja os atuais.

Maia explicou que alterar um “direito adquirido” e mexer nas carreiras de funcionários que estão na ativa pode “atrasar e judicializar” o debate em torno da reforma.

O deputado ainda disse que, caso o texto seja aprovado e implementado, inicialmente o serviço público contaria com dois modelos de carreira — o dos servidores antigos e o dos novos, já impactados pelas mudanças da reforma. De acordo com o parlamentar, isso ajudará na “competição” e “qualidade do serviço público”.

“Acho que o mais importante é um consenso que existe entre todos nós de que nós devemos tratar de todos os poderes daqui para frente. E o que for para trás podemos tratar por lei, de outras formas para que a gente já possa ter resultados. Mas que isso não não entre no direito adquirido dos servidores porque vai travar a reforma e nós vamos acabar ficando sem nada, nem o futuro e nem resolvendo o passado”, disse.

Ele esclareceu que as regras que envolvem atuais servidores poderão ser tratadas “de outras formas”, em leis futuras.

“Acho que o mais importante é um consenso que existe entre todos nós de que nós devemos tratar de todos os poderes daqui para frente. E o que for para trás podemos tratar por lei, de outras formas para que a gente já possa ter resultados”, afirmou.

Rodrigo Maia disse que a comissão especial da PEC da reforma administrativa deverá ser instalada em duas ou três semanas. O deputado cogitou também a criação de uma comissão mista, com a participação também de senadores, e disse que a Câmara não busca o “protagonismo” e sim uma “união de esforços”.

Outros poderes

A reforma enviada pelo governo também deixa de fora os chamados “membros de poderes”: parlamentares, magistrados, promotores, procuradores e militares. De acordo com o governo, essas categorias estão sujeitas a regras diferentes das demais.

Maia defendeu que a reforma seja “ampla” e mexa na estrutura de todos os poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo.

O presidente da Câmara reconheceu que há “jurisprudência” para que um poder, como o Legislativo, aprove uma lei que altere as regras de outro, como o Judiciário, por exemplo.

Segundo o deputado, o Congresso pode deliberar sobre as mudanças da carreira dos funcionários da Justiça. “Do nosso ponto de vista, nós podemos, sim, tratar de outros poderes”, ponderou.

Com Guedes

Maia e Guedes trocaram elogios durante o evento. Nesta segunda-feira (5), os dois pediram desculpas mútuas após atritos nas últimas semanas.

O presidente da Câmara parabenizou o ministro pelo “esforço enorme” de Guedes ao defender “agendas difíceis”. O ministro da Economia retribuiu agradecendo o apoio do parlamentar.

“O Brasil está acima de quaisquer diferenças que possamos ter, que são pequenas. Agradecer o apoio do presidente Maia, desde o primeiro dia. Estamos juntos pelas reformas. Vamos seguir nessa linha de transformação do estado”, afirmou Guedes.

Propostas

O documento da frente parlamentar está alicerçado em três eixos: redução de distorções, modernização do processo de gestão de pessoas e segurança jurídica, com objetivos de curto e de médio prazos.

Além da inclusão de servidores atuais e membros de Poder, a frente defende outras mudanças na PEC apresentada pelo governo. Segundo os parlamentares, as mudanças a serem sugeridas em emendas ao projeto incluem:

Também participaram do evento no Salão Negro do Congresso Nacional o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade; o presidente da frente, deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), e os vice-presidentes da frente, senadores Antonio Anastasia (PSD-MG) e Kátia Abreu (PP-TO).

Projetos de lei

Além dessas alterações na proposta de emenda à Constituição, o grupo defende que outras propostas sejam tratadas por projetos de lei simples – que têm tramitação mais rápida e dependem de menos votos para a aprovação.

A frente parlamentar advoga, no entanto, que esses textos sejam apresentados “em um segundo momento”, após alinhamento com os relatores das matérias. Isso, porque muitas das propostas já estão em tramitação na Câmara, em projetos apresentados em outros momentos.

Veja as propostas dos parlamentares por tema:

PEC parada na Câmara

Protocolada há mais de um mês, a PEC ainda não começou a tramitar na Câmara porque a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está paralisada desde março, para evitar aglomerações em meio à pandemia do coronavírus.

O funcionamento remoto da CCJ depende de uma autorização a ser aprovada no plenário – que tem se reunido por videoconferência. Por falta de acordo entre os partidos, porém, a votação tem sido adiada.

Fonte: Portal G1 Política

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