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CORREIO BRAZILIENSE: SERVIDORES DOS CORREIOS INTENSIFICAM PARALISAÇÃO

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08 de julho, 2008

Em greve desde o dia 1º, os funcionários dos Correios decidiram ontem manter e intensificar a paralisação nacional. O protesto, que deixa empresas e consumidores apreensivos, já provoca o acúmulo de 50 milhões de encomendas, entre cartas ou pacotes, que deveriam ter chegado ao destino, mas estão retidas à espera de tratamento. Se a greve terminasse hoje, seriam necessárias pelo menos duas semanas para zerar esse passivo.

Apesar dos esforços do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os grevistas não parecem estar dispostos a ceder. Em audiência ontem no tribunal, o ministro Rider Nogueira de Brito propôs intermediar as negociações com a condição de que a greve fosse suspensa. Os representantes dos empregados agradeceram os esforços do TST, mas decidiram continuar de braços cruzados.

O mesmo TST havia determinado que os grevistas mantivessem o efetivo mínimo de 50% dos funcionários em cada unidade sob pena de os sindicatos serem obrigados a pagar multas diárias de R$ 30 mil. Sindicatos consultados pelo Correio não souberam informar se a orientação judicial está sendo cumprida. A greve atinge 22 estados, além do Distrito Federal.

Os funcionários dos Correios exigem mudanças no Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) e a ampliação da participação nos lucros e resultados (PLR). O principal foco de tensão, no entanto, é um acordo assinado no ano passado, atendido parcialmente pela companhia. Os trabalhadores cobram o pagamento de um abono equivalente a 30% do salário sobre o valor do vencimento base dos carteiros. A empresa paga R$ 260 mensais lineares sob o argumento de que o índice de 30% causaria distorções salariais muito elevadas entre os funcionários.

Em nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) justificou que fez o possível para evitar a greve. “Numa primeira etapa, pagou um abono emergencial a 43.988 carteiros. Em junho, transformou o abono em adicionais por Atividade de Distribuição e/ou Coleta (para trabalhos externos) e por Atividade em Guichê em agências de Correios, contemplando 57.951 empregados. O impacto na folha de pagamento será de mais R$ 390 milhões ao ano, sem contar os reajustes, no próximo mês, em razão das negociações da data-base”, assinalava o texto.

Órgãos de defesa do consumidor orientam as pessoas que têm contas a pagar, e não receberam boletos em casa, a procurar as empresas. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) recomendou às instituições financeiras que instruam os clientes insatisfeitos a recorrerem às empresas. Os bancos, alega a entidade, são apenas prestadores de serviço, emitem poucos boletos próprios e não podem ser responsabilizados.

Embrapa entra em greve hoje

Nem os quase 90 dias de negociação com o governo foram suficientes. Na reta final da campanha salarial, os funcionários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) decidiram parar a partir de hoje como forma de pressionar a estatal a melhorar a proposta de aumento apresentada à categoria. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) alega que as remunerações estão defasadas e exige ganhos acima da inflação.

A Embrapa ofereceu recentemente 5,04% de reajuste e melhorias no pacote de benefícios. Os funcionários reivindicam pelo menos 12%. A greve deverá atingir o Distrito Federal e os principais estados agrícolas brasileiros. Entre as carreiras do Executivo, alega o Sinpaf, os empregados da Embrapa são os que têm os menores salários. Valter Endres, presidente do Sinpaf, disse ao Correio que os funcionários estão cansados de receber elogios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônias públicas. Querem ser recompensados.

No mês passado, os funcionários da Embrapa fizeram uma paralisação de 24 horas. O ato, que culminou com um protesto na Praça dos Três Poderes, serviu para mobilizar a categoria e chamar a atenção da sociedade. Às vésperas da edição de mais uma medida provisória com a previsão de reajustes para quase 20 carreiras do Executivo federal, os funcionários da Embrapa querem, de alguma forma, ser contemplados.

Caso a paralisação se estenda demais, os grevistas acreditam que a pesquisa e a colocação de novos produtos no mercado poderão ser afetadas. Assim como em outras greves recentes ocorridas no setor público, o governo deverá determinar o corte de ponto dos funcionários que faltarem ao trabalho. (LP)

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