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CORREIO BRAZILIENSE: MÉDICOS VÃO PARAR DE ATENDER NA QUINTA

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04 de abril, 2011

 
A briga entre médicos e planos de saúde ganha mais um capítulo nesta semana. Após tentativas frustradas de negociação, a categoria decidiu paralisar os atendimentos por convênio na quinta-feira. As entidades representativas da classe garantem que as emergências funcionarão normalmente, vão parar apenas os consultórios. Como explica o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá Miranda, a intenção é chamar a atenção da sociedade e da Agência Nacional de Saúde. “Os médicos atingiram o limite da sua possibilidade de atendimento pelos honorários pagos atualmente”.
 
As reivindicações são por reajustes nos valores repassados, tanto de consultas, quanto de procedimentos. “As operadoras tiveram um aumento de 130% no faturamento entre 2003 e 2009. As consultas aumentaram apenas 40%. O valor repassado varia de R$ 35 a R$ 40”. Exames, cirurgias e demais procedimentos têm valores que variam, mas que também estão defasados, segundo a classe médica.
 
Esse pagamento deficiente leva muitos médicos a desistirem da mediação das operadoras. Também prejudicial aos pacientes é a elevada quantidade de consultas que os especialistas acabam agendando. “As pessoas comparam o atendimento pelos planos de saúde ao sistema público. Demoram-se meses para conseguir agendar uma consulta”, ressalta Miranda.
 
Além da defasagem nos repasses, a categoria reclama da interferência exercida nos atendimentos. O vice-presidente do CFM reclama das restrições quanto aos exames permitidos pelos convênios, além da exigência de alta antecipada a pacientes. “Os planos visam basicamente o lucro e interveem no nosso atendimento, não permitindo que tratemos o paciente eticamente.”
 
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) — entidade representativa das seguradoras — limitou-se a enviar uma nota sobre a paralisação. De acordo com o informativo, as “associadas buscam constantemente aperfeiçoar o seu relacionamento com os médicos, inclusive apresentando propostas concretas de reajuste nos fóruns de debates”. A nota também desqualifica a reclamação da categoria sobre o valor dos repasses. “A federação esclarece ainda que o reajuste médio do valor das consultas médicas praticado por empresas afiliadas entre 2002 e 2010 variou entre 83,33% e 116,30 %”.
 
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE – 04/04/2011