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Brasil tem quase 3 tentativas de golpe financeiro por segundo, aponta Serasa

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26 de março, 2025

Número subiu 17% em 2024; quase 20% das vítimas perderam entre R$ 1.000 e R$ 5.000, e maiores de 50 são mais atingidos

As tentativas de golpe financeiro contra brasileiros registraram um aumento de 17% em 2024, de acordo com um levantamento da Serasa Experian. No total, foram mais de 11,5 milhões de tentativas, número que equivale a cerca de 2,8 golpes por segundo. Em 2023, a Serasa registrou 9,8 milhões de tentativas.

A pesquisa também revela que, no último ano, 51% dos brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude, um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2023. Desses, 54% enfrentaram perdas financeiras devido aos golpes. Cerca de 35% tiveram perdas entre R$ 100 e R$ 500, enquanto 19,5% perderam entre R$ 1.000 e R$ 5.000.

Caio Rocha, diretor de autenticação e prevenção à fraude da Serasa Experian, afirma que o cenário de fraudes no Brasil tem se tornado cada vez mais dinâmico. A IA (Inteligência Artificial) tem democratizado a aplicação de golpes, assim, pessoas sem conhecimentos técnicos também passaram a praticar crimes.

Pessoas mais velhas são as mais vulneráveis. Cerca de 58% das pessoas com mais de 50 anos já foram vítimas de algum tipo de fraude, contra os 48,4% registrados no ano passado.

Entre os jovens de 18 a 29 anos, 40,8% já sofreram algum tipo de golpe, enquanto entre os indivíduos de 30 a 49 anos, esse número chega a 51,9%.

Todas as regiões do Brasil registraram aumento no número de vítimas de fraudes, mas o Sudeste foi a única que também viu um crescimento no número de pessoas que perderam financeiramente.

A pesquisa entrevistou pessoas de 18 a 65 anos das classes A, B e C de todas as regiões do Brasil. O Relatório de Identidade Digital e Fraude da Serasa Experian é realizado anualmente e possui umphis margem de erro de 3,5%.

QUAIS SÃO OS GOLPES MAIS COMUNS?

O uso indevido do cartão de crédito lidera o ranking das fraudes mais comuns, afetando cerca de 47,9% das vítimas de golpes. Em seguida, aparecem os golpes envolvendo boletos ou Pix falsos, phishing e deepfake.

Embora os golpes com cartão de crédito sejam os mais frequentes, de acordo com os entrevistados, esse ainda é o método de pagamento mais utilizado e o que transmite maior sensação de segurança. A pesquisa da Serasa aponta que o Pix vem perdendo espaço, com uma queda de 9 pontos percentuais em seu uso em comparação ao ano passado. A percepção de segurança sobre o método também diminuiu, passando de 32% para 22%.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DE FRAUDE?

Os problemas relacionados à engenharia social concentram grande parte das fraudes aplicadas no Brasil. A identidade digital e a segurança de documentos também são questões críticas associadas à aplicação de golpes.

Em 2024, 16,3% dos brasileiros tiveram seus documentos roubados. Além disso, 19% já emprestaram seus dados pessoais para terceiros, seja para realizar compras online, abrir contas ou obter empréstimos.

QUE CUIDADOS TOMAR?

EMPRESAS

Hoje, 43% dos consumidores acreditam que as empresas não protegem adequadamente seus dados, e 76% afirmam que pagariam mais caro por uma marca que ofereça segurança online.

Caio Rocha afirma que, devido à natureza contextual e dinâmica das fraudes, as empresas devem adotar múltiplos métodos para combatê-las, como:

CONSUMIDORES

Para evitar golpes, os consumidores devem seguir as seguintes orientações:

TENDÊNCIAS DE GOLPE EM 2025

DEEEPFAKES: tecnologia de IA usada para falsificar rostos e identidades e, no contexto de fraudes, geralmente são utilizados para burlar sistemas biométricos.

FRAUDE COMO SERVIÇO: golpistas oferecem serviços fraudulentos com o objetivo de obter dados pessoais de vítimas. Esses serviços podem incluir desde o roubo de informações até a criação de golpes mais elaborados.

DADOS SINTÉTICOS: Os dados sintéticos referem-se a perfis falsos realistas criados para burlar verificações de identidade. Esses perfis são elaborados para parecerem legítimos, dificultando a detecção por sistemas de segurança.

PHISHING SOFISTICADO: No phishing sofisticado, links e mensagens fraudulentas, que imitam comunicações legítimas, são utilizados para aplicar golpes. O objetivo é enganar as vítimas, fazendo com que revelem informações confidenciais.

Fonte: Folha de São Paulo