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VALOR ECONÔMICO: SÓ 1,5% DE CURSOS SUPERIORES TÊM NOTA MÁXIMA EM AVALIAÇÃO DO MEC

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07 de agosto, 2008

Apenas 47 dos 3.238 cursos de ensino superior avaliados pelo novo indicador de qualidade criado pelo Ministério da Educação (MEC) receberam nota máxima 5, o que representa 1,5% do total. O número de cursos reprovados – aqueles com notas 1 e 2 – atinge 508, cerca de 15% do total. Os dados foram divulgados ontem pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a apresentação dos resultados do Exame Nacional de Desempenho (Enade) de 2007.

O novo sistema está sendo chamado de Conceito Preliminar de Curso (CPC), com notas que variam de 1 a 5. O CPC será usado como referência para a concessão ou renovação de licenças de funcionamento dos cursos.

A nota de cada curso no Enade 2007, que também foi divulgada ontem, teve peso de 40% no conceito preliminar. Já o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observados e Esperados (IDD), índice do Enade que compara o desempenho de calouros e formandos, vale outros 30%. Os demais 30% são resultado da opinião dos estudantes sobre o projeto pedagógico e da infra-estrutura dos cursos, de acordo com questionários respondidos pelos participantes do exame, e da titulação e regime de trabalho dos docentes. Com base em dados de 2007, o CPC avaliou cursos das áreas de saúde, agrárias e serviço social de cerca de 2 mil instituições de ensino superior. O índice será estendido a cursos de todas as áreas à medida que os alunos forem submetidos ao Enade.

Entre os cursos com nota máxima, apenas um é de instituição privada, o de tecnologia em radiologia, do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo. Minas Gerais é o Estado que mais concentra os cursos considerados excelentes pela avaliação do CPC, com 13 graduações na lista das que receberam conceito 5. São Paulo aparece em seguida, com nove cursos, e em terceiro lugar, o Paraná, com sete cursos com nota máxima.

No outro extremo, dos 24 cursos com a pior nota – conceito 1 – , 19 são particulares. Entre os cursos de instituições públicas reprovados estão os de educação física das universidades federais da Bahia e do Espírito Santo e a graduação em serviço social da Universidade Federal do Maranhão.

Nos próximos 30 dias, os cursos reprovados poderão apresentar recurso. No fim desse período, todos os que permanecerem com conceito preliminar 1 ou 2 serão avaliados por comissões enviadas pelo MEC. As comissões terão poder para aumentar a nota. As faculdades que receberem conceito definitivo 1 ou 2 deverão assinar termo de compromisso com o MEC, comprometendo-se a tomar providencia para melhorar a qualidade do ensino no prazo de um ano.

Entre as medidas exigidas pelo ministério poderão estar a contratação de professores, a redução do número de vagas nos vestibulares e a revisão de currículos.

Segundo Haddad, o conceito preliminar é um avanço no sistema de avaliação e somente cursos de má qualidade temem a novidade. “Prejudica a imagem dos ruins (cursos). Só se preocupa com a avaliação quem não faz um bom trabalho”, disse. Segundo ele, as faculdades de boa qualidade não temem o novo conceito, porque ganharão visibilidade.

As universidades públicas também alcançaram as notas mais altas no Enade 2007, que são usadas para compor o CPC. De acordo com os resultados divulgados, 44,3% dos cursos de instituições públicas ficaram com notas 4 e 5 e 13,5% tiveram conceitos 1 e 2. Entre as instituições privadas, 11,6% tiveram as duas notas mais altas e 24,9%, as notas mais baixas.

Dos 3.248 cursos que participaram do Enade em 2007, 722 ficaram com as notas mais baixas: 1 e 2, o que corresponde a 22,3% do total. Excluindo os que ficaram sem conceito, a maioria dos cursos avaliados ficou com nota 3 (24,2%). Outros 621 obtiveram as maiores notas 4 e 5 (19,2%) e 134 ficaram com a nota máxima, 5. As provas foram aplicadas a 190 mil estudantes de todo o país.

O Centro-Oeste foi a região que teve a maior concentração de notas baixas: 24,7% dos cursos ficaram com notas 1 e 2. No Sul foi registrado o maior índice de cursos com notas 4 e 5: 27,9%. No curso de farmácia, 43,2% das notas ficaram entre 1 e 2, e no curso de fonoaudiologia, 48,9% com notas 4 e 5.

O Enade avaliou em 2007 cursos de 16 áreas: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, radiologia, agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia.

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