O GLOBO: LULA APELA CONTRA DEMAGOGIA COM PROJETOS SOBRE SAÚDE E PREVIDÊNCIA

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25 de abril, 2008

Numa reunião do Conselho Político para discutir o impacto de projetos aprovados no Senado que aumentam as despesas do governo com Previdência e saúde, o presidente Lula afirmou que não se pode fazer demagogia com aprovação de medidas populares, e sugeriu que os partidos fechem questão nessas votações, exigindo fidelidade de suas bancadas. Diante de cinco ministros, Lula pediu que as propostas não sejam votadas na Câmara até que se encontrem fontes de recursos para custear as medidas. O rombo seria de mais de R$11 bilhões apenas no primeiro ano.

No caso da regulamentação da Emenda 29, que aumenta os recursos para a Saúde, os líderes tentarão encontrar fontes de custeio no Orçamento. Por enquanto, está descartada a recriação da CPMF. Quanto aos projetos que afetam a Previdência, o governo diz que não há como aprovar o fim do fator previdenciário e a extensão do aumento dado ao salário mínimo para todas as faixas de aposentadoria.

Lula reclamou muito do comportamento dos partidos na votação no Senado, onde os projetos foram aprovados, e do fato de as propostas serem de dois petistas: Tião Viana (PT-AC), no caso da Emenda 29, e Paulo Paim (PT-RS), no caso da Previdência. Para o presidente, os partidos precisam agir com mais responsabilidade.

Lula também recebeu as centrais sindicais. Após três horas, os dirigentes deixaram o Planalto reafirmando apoio ao projeto que acaba com o fator previdenciário e ao que vincula o reajuste dos benefícios previdenciários ao mínimo.

Os polêmicos projetos também foram tema de encontro das centrais com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anteontem, e serão defendidos nas comemorações do Dia do Trabalho, juntamente com a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.