“O REAJUSTE ANUAL E O APAGÃO”

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17 de setembro, 2002

Por mais fantástico que possa parecer, o Governo Federal conseguiu transformar a crise da energia elétrica, da qual ele é o único culpado, em pretexto para evitar discussões sobre o reajuste anual devido aos servidores.Neste sentido, o Ministro do Planejamento, Sr. Martus Tavares, foi enfático ao garantir que a necessidade de investimentos no setor elétrico significa um gasto de recursos que irá, na prática, “obrigar” o Governo a rever algumas das previsões orçamentárias futuras, entre elas, o reajuste vencimental já reconhecido pelo próprio STF.Segundo informações do Jornal do Comércio (PE, 20.5.2001), já existe um consenso no Planalto sobre a inviabilidade de reajuste dos servidores em razão da necessidade de dar à sociedade uma satisfação no campo da crise da energia.O Sr. Martus Tavares chegou a afirmar que o Governo não tem dúvidas sobre o corte de alguns gastos, posto que “é fundamental preservar o social”.A única dúvida que surge é saber qual é o conceito de “social” na atual Administração? Serão os gastos com as necessidades básicas da população, e entre estes, obviamente, o reajuste de salários dos trabalhadores ou será salvar mais algum banco a beira do abismo?