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CORREÇÃO DAS TABELAS DO IRPF VIRA MOEDA ELEITORAL

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17 de setembro, 2002

A bancada governista conseguiu retirar o caráter de urgência da proposta de correção das tabelas do imposto de renda. O projeto de autoria do senador Paulo Hartung (PPS/ES) visa a correção das alíquotas de descontos 28,4%, possibilitando, assim, a recuperação dos valores reais, posto que desde 1996 as mesmas não são corrigidas, acarretando um abusivo aumento dos tributos pagos.Na avaliação dos próprios deputados governistas é inevitável a correção dos valores, mas se faz necessário achar “o momento certo” para tal passo, possibilitando, assim, um lucro eleitoral.De tal forma, indiferente aos problemas causados a milhares de famílias, a base governamental jogou a discussão do tema para 2002 (ano das eleições gerais).Dentro desta ótica, a correção das tabelas do IRPF e o começo do pagamento dos acordos do FGTS seriam fatores fundamentais para garantir um bom desempenho dos candidatos do governo, ou, como diz o líder do Executivo, deputado Jutahy Magalhães (PSDB/BA): “tudo isso acaba criando uma conjuntura favorável ao governo”.Em resumo, a tática governista é espoliar os trabalhadores por 6 anos e, ao final, devolver algumas migalhas aos mesmos, na certeza de que tal atitude bastará para que todo o prejuízo causado seja perdoado.Agora, só o tempo (e as urnas) é que poderá dizer se esta macabra estratégia terá sucesso.

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